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Outubro Rosa é sobre cuidado integral, corpo e mente

  • Foto do escritor: Joselina Santos
    Joselina Santos
  • 7 de out.
  • 3 min de leitura

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Entre diagnósticos, emoções e reconstruções, o Outubro Rosa fala sobre o valor de ser cuidada por inteiro.


O Outubro Rosa é, há décadas, um movimento mundial que tem como objetivo principal conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.


O impacto emocional do câncer de mama


Receber um diagnóstico de câncer é, para muitas mulheres, uma experiência que divide a vida em dois momentos: o “antes” e o “depois”. É comum que surjam sentimentos de medo, raiva, confusão e impotência, afinal, o câncer toca diretamente na finitude, na imagem corporal, na feminilidade e no senso de controle sobre a própria vida.


Durante o tratamento, o corpo passa por transformações significativas: cirurgias, quedas de cabelo, cicatrizes, efeitos colaterais dos medicamentos… e cada uma dessas mudanças pode afetar a forma como a mulher se enxerga e se relaciona consigo mesma. Em muitos casos, há uma redefinição da identidade, uma necessidade de se reconectar com quem se é para além da aparência física.


Nesse processo, o acompanhamento psicológico desempenha um papel essencial. O espaço terapêutico permite acolher emoções, trabalhar o medo e fortalecer recursos internos que ajudam a lidar com o processo de forma mais equilibrada e humana. Além disso, a psicoterapia contribui para reconstruir a autoestima e o senso de pertencimento à vida, aspectos fundamentais durante o tratamento e também no período de recuperação.


Falar sobre o que se sente é parte da cura


Em muitos contextos, as mulheres sentem a necessidade de se manterem fortes, de não demonstrar fragilidade diante da família, dos filhos ou dos amigos. Mas silenciar o que se sente pode gerar um peso ainda maior. Por isso, é fundamental compreender que falar é também uma forma de se cuidar.


Falar sobre o medo, sobre a dor, sobre as incertezas e até sobre a esperança ajuda a organizar pensamentos e emoções, além de criar espaço para que o outro ofereça apoio. O diálogo abre caminhos para o acolhimento, para a empatia e para o fortalecimento de vínculos que sustentam emocionalmente o tratamento.


O apoio psicológico, assim como o apoio familiar e social, faz parte do processo terapêutico e de recuperação. Ele não elimina o sofrimento, mas ajuda a torná-lo mais suportável e compreensível, dando novo significado à experiência.


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O autocuidado como prática diária


O Outubro Rosa reforça a importância da prevenção, realizar o autoexame, manter consultas e exames de rotina em dia, adotar hábitos saudáveis de alimentação e atividade física. Mas é essencial lembrar que o autocuidado vai muito além do que fazemos com o corpo.


Cuidar da mente é igualmente importante. Significa reconhecer os próprios limites, respeitar o tempo de descanso, cultivar momentos de prazer e tranquilidade, permitir-se sentir e buscar ajuda quando necessário. O autocuidado não é egoísmo, é um ato de amor próprio, é dizer a si mesma: “Eu mereço estar bem.”


Criar espaços na rotina para cuidar da saúde emocional, seja através da terapia, da meditação, de atividades prazerosas ou de conversas sinceras, é uma forma de prevenção contra o adoecimento mental e uma maneira de fortalecer o equilíbrio entre corpo e mente.


O papel da psicologia no cuidado integral


A psicologia tem um papel fundamental no contexto do Outubro Rosa. Ela ajuda a compreender que a saúde mental influencia diretamente o processo de cura, a adesão ao tratamento e a qualidade de vida. Estudos mostram que pacientes que recebem apoio psicológico apresentam melhor adaptação ao diagnóstico, enfrentam com mais resiliência os efeitos do tratamento e têm menores índices de ansiedade e depressão.


Além disso, o trabalho psicológico não se restringe à mulher diagnosticada, ele se estende também aos familiares e cuidadores, que muitas vezes sofrem em silêncio, tentando lidar com seus próprios medos e incertezas enquanto apoiam quem amam.


Cuidar de quem cuida também é um ato de amor.

 
 
 

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